terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A uma moça

Cume quim nace duma luzerna,
D'intremê dumas pernadas
Assomaste-te à nha vida,
Cum tuas manhas marafadas!

No açucre desses tês olhes
Dscuidado ê ma perdi:
Ando à pergunta e nã me acho
Pr'adonde ê olhe, só veje a ti.

O açucre fez-se im quêmóz…
E más gstoso ele era ainda!
Ingui im ti, jouguê-te d’unhas;
Nã dou notiça doutra más linda!

Nim tampouco ê drumo já,
Este rabêo nã dou vincido;
Desde a hora im que ê te vi,
Nã tiro de ti o sintido...

E é mode isso qu'ê só digo,
Sim pôr quajquer mania:
Nã há por i dnhuma igual,
Cume a moça algravia!


Antóino Rebêro

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Modinha pa moçquenes: BRUTAS ANDEM AS GALINHAS

Oije pranto aqui a tradeçã duma modinha já intiga pra moçquenes, qu'ê usava a cantar, condo era piquenalho e ela soava no tlevisor. Vâ-me lá a ver se ameceias tamém inda s'alembrem dela!




BRUTAS ANDEM AS GALINHAS

Brutas, brutas, brutas
Andem as galinhas,
Mode prantarem o ovo
Lá do buraquinhe.

Arraspam, arraspam, arraspam,
Mode alisarem a terra;
Espenicam, espenicam, espenicam
Mode fazerim o linho.

Impina a crista
o galo maniento,
Có-córó-có-có
Canta rabalão.

E tode inchade cum ar majtoso
É o comandante deste batalhã.
E tode inchade cum ar majtoso
É o comandante deste batalhã.