domingo, 16 de agosto de 2009

Pousia

Esta é a nha purmêra pousia im algravio. Arresolvi-me a xmentar tirar uns versos na nossa benita fala, a ver se isto dá arge a alguma cousa... Se desta vez na levar jêto, pa próxma melhor há-de fcar. É pciso é ir inçando.
Atã, vã-me lá a ver!



POUSIA PURMÊRA

Dou per mim, parte das vezes,
De rojo no mê soalho;
Tude à roda é tã grande
E ê vêje-me piquenalho.

Nã tenhe idéa ò que vou,
Nim tampouque de quim seja.
Ma ca rai face ê no mundo?
Viver dá-me im bretoeja...

Ninguém ma procurou nada,
Condo ma prantarem aqui.
Mode quê tarê ê, atã,
De fazer fenezas por i?

Atento assim o juízo
Inté quaj fcar tramouco;
Na se me desarreda da idéa
Que Dês anda a fazer pôco!

Intre mê tanta famila
Sará caso nã haver
Uma manchêa a dar-lhe rabeada
Más ê, mode este viver?

Condo a vida anda às abarcas
Ca té dá marafação,
Só aptece é arrulhar:
- Tá o mar fêto num cão!

Ma é nesta ladêra, à raboleta,
Que nes pedim pa andar;
Na ravinhem adespôs
Da famila só impar...

Cá pra mim, mêmo qu'ê cude
Qu'isto na leva sintido,
Na tenhe à vonde cum viver
Seja ou nã tempe perdido...

Antóino Rebêro

4 comentários:

  1. Genial =)

    Grande abraço e boa continuaçao de bom trabalho!

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  2. Muito obrigado pelo vosso feedback!
    É isso que me dé força para continuar!

    Im Algravio: Munte obrigade pras vossas repas!
    É isse que ma dá rôpa pa cantinar!

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  3. Este blogue encheu-me as medidas, sim senhor!
    Já o caminho não vai criar erva!

    Haja saúde
    Mano João

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